Olhando por um lado, a festa já acabou,
A música não toca mais, nem o garçom serve bebida alguma.
Não há mais rostos perdidos em meio ao temporal que começou.
Onde todo mundo se enfiou? "Estão se protegendo da chuva!" Alguém dirá.
Como pode este alguém não se aventurar em seus medos e ali permanecer na chuva?
É a festa, que insiste em não acabar.
Alguém pode ouvir esta canção, em meio a este temporal?
Linda a melodia da chuva, talvez o mais belo acorde desta canção.
Um brinde ao temporal! Garçom, por favor...
Celebre conosco o que ninguém quer contemplar, celebre sua folga momentânea,
Pode até manter o equilíbrio, e equilibrar-se para manter uma vontade de poder.
É feita desta vontade esta festa,
Uma vontade de festa!
Enfim, um motivo para festejar,
Um festejar algo, motivar o festejo,
Motivar o motivo, algo a motivar,
Um brinde às vontades sem motivo!
Nossas maiores vontades são encerradas em pequenos tragos de instantes possíveis
Nenhuma bebida desce tão macia ao paladar,
Ao palatino, ao desatino.
Somos de fato, pequenos tragos de nós mesmos,
Garçom, por favor, brinde conosco! Brindemos o temporal e sua vontade de festa!
Enfim, um temporal. Ouvem-se canções ao fundo.
Olhando por um lado, não há festa,
Há vontades de festa em temporais.
Temporal. Há temporal.
Atemporal.
Este é um espaço livre, num mundo livre. Porém, nem sempre liberdade significa liberdade da vida. Talvez aqui, sob os entendimentos de uma ciência, curiosa como seus aprendizes, amparada pelo significado da poesia, a gente possa vislumbrar uma liberdade possível. Não há saída não é? Então qual Liberdade vislumbrar? Como diz nossa amiga Cecilia Meirelles, talvez aquela mesmo, "que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda" liberte-nos. À liberdade então.
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