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quinta-feira, 4 de julho de 2013

VONTADE DE OLHAR

Olhando por um lado, a festa já acabou,
A música não toca mais, nem o garçom serve bebida alguma.
Não há mais rostos perdidos em meio ao temporal que começou.
Onde todo mundo se enfiou? "Estão se protegendo da chuva!" Alguém dirá.
Como pode este alguém não se aventurar em seus medos e ali permanecer na chuva?
É a festa, que insiste em não acabar.
Alguém pode ouvir esta canção, em meio a este temporal?
Linda a melodia da chuva, talvez o mais belo acorde desta canção.
Um brinde ao temporal! Garçom, por favor...
Celebre conosco o que ninguém quer contemplar, celebre sua folga momentânea,
Pode até manter o equilíbrio, e equilibrar-se para manter  uma vontade de poder.
É feita desta vontade esta festa,
Uma vontade de festa!
Enfim, um motivo para festejar,
Um festejar algo, motivar o festejo,
Motivar o motivo, algo a motivar,
Um brinde às vontades sem motivo!
Nossas maiores vontades são encerradas em pequenos tragos de instantes possíveis
Nenhuma bebida desce tão macia ao paladar,
Ao palatino, ao desatino.
Somos de fato, pequenos tragos de nós mesmos,
Garçom, por favor, brinde conosco! Brindemos o temporal e sua vontade de festa!
Enfim, um temporal. Ouvem-se canções ao fundo.
Olhando por  um lado, não há festa,
Há vontades de festa em temporais.
Temporal. Há temporal.
Atemporal.


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