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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Falando do tempo...

Falar sobre o tempo talvez seja o grande lugar comum, adivinhem, nos TEMPOS atuais.
Embora este seja um tema que atravesse outros momentos do pensamento humano, nossos entendimentos contemporâneos celebram o tempo como nosso grande locus no mundo. não há saída nenhuma ao homem moderno que não implique num conflito com o tempo. É a celebração do Cronos como o senhor das ações? Ou esta última  frase seria encerrada com uma exclamação? Será que há tempo há se pensar sobre isto? ...
O poema a seguir é uma provocação a estas questões. É, era ou há de ser uma provocação?


Corra, foge do perigo
Do tempo que é o seu próximo passo,
Ao passo que o tempo não te oferece mais nenhuma saída.
Já acabou?
Não acabou, nem começou ainda.
Corra, há perigo maior agora que outrora
A vontade maior é de que este tempo passe.
Passe adiante. Para onde?
Pra ontem? Talvez seja óbvio demais.
Que tal o amanhã?
O amanhã demora?
“O que será o amanhã?” Pergunta pertinente...

Amanhece em si.
Ah, ainda é cedo pra pensar a vida.
Mas é cedo também pra terminar o que não começou.
O início é tarde demais quando o tempo não passa.
Que horas são? Pergunta insolente...

Corra, antes que amanheça em si.
Amanheça, pois o tempo corre.
Corre pra onde?
Quando há tempo, para uma imensidão de caminhos.
São nossos caminhos que habitam o tempo.
Quanto tempo falta? Pergunta corrente...

Amanhece hoje, assim habita o ontem que existe em si.
Prefere correr? Então fuja do ontem,
E alimente o hoje que nunca virá.
Talvez esse seja seu amanhã.
É o fim? Pergunta inerente...

Tirania do tempo.
Matheus R. Prudenciatto